Diário de um imigrante- Cap 6

Castelo dos Mouros, em Sintra, um dos pontos turísticos mais visitados e cenário da minissérie “Os Maias (TV Globo)”

No episódio anterior da série “Diário de um imigrante”, o destino, outra vez sorrateiro como sempre, decidiu interferir na minha caminhada na Europa. Duas semanas depois que eu havia chegado a Portugal um novo telefonema de Déa, desta vez, aos prantos, me fez repensar toda minha história até ali. Eu não esperava por aquilo. Era muita responsabilidade e eu não sabia se estaria preparado para enfrentá-la. Eu tinha que passar confiança a ela até porque havia insistido para reencontrá-la antes de minha viagem. Não era momento de fugir.  

Ela chorava do outro lado da linha e dizia que havia feito a maior loucura de sua vida por amor: tinha posto fim definitivo ao seu casamento e estava disposta a viver comigo uma nova história. Mas, e agora? Não éramos mais adolescentes, pelo contrário.  Éramos dois adultos. Ela, mãe de duas crianças, e ainda casada. Eu, desempregado no Brasil, trabalhando como garçom em Portugal, e fugindo literalmente das pessoas para curar traumas do passado.

O que fazer??? Ela não queria me pressionar, mas ao mesmo tempo dizia que só havia tomado coragem por mim e que se eu a deixasse agora depois de tudo que ela não saberia onde buscaria forças para reagir. Eu me sentia diretamente culpado por aquela situação, mas não sabia o que responder. Minha cabeça dava mil voltas. Minha voz ao telefone com ela era um misto de felicidade e de esperança, mas também de angústia e medo. Eu a queria muito. A desejava mais do que nunca. Fazia mil planos na minha cabeça. Porém, no mesmo instante recuava.

Não podia retornar ao Brasil. Tinha acabado de chegar em Portugal. Ainda não tinha vivido nada de minha história ali. Queria tanto conhecer outras cidades, aprender mais da cultura portuguesa, enfim, viver aquela experiência porque não sabia quando teria outra oportunidade de voltar à Europa. Por outro lado, novamente havia despertado uma paixão adormecida há anos e eu a queria perto de mim. Sonhava em ter a oportunidade de, finalmente, viver nossa história sem amarras.  

Ah se as passagens aéreas para o exterior não fossem caras. Se não houvesse um oceano nos separando. Se… se… Eram muitos questionamentos. Se não fosse pela ajuda financeira de minha tia eu não teria tido condições de comprar as passagens, sem contar que eu estava ali por uma razão muito forte para mim e que havia me impedido de viver nos últimos anos: o trauma das próteses. Agora que estava sem usá-las por alguns dias era tudo muito estranho. A sensação era que estava faltando uma parte de mim, mas eu me recusava usar bonés novamente. Durante longos anos eles haviam sido minhas muletas e disfarces, mas eu havia me libertado deles e não queria voltar a usá-los, mas também não podia dizer que me aceitava.

A imagem que eu via refletida no espelho não era a que eu havia sonhado durante tantos anos. Aliás, eu odiava o que via. Aquilo me machucava e eu me questionava: “Como outra pessoa, no caso, a Déa, pode dizer que me ama se nem eu mesmo me amo?” . “Como posso dar amor à outra pessoa se eu não me aceito e não me sinto bem?”.  

Eram questionamentos que eu fazia diariamente nas minhas viagens de trem até o trabalho, nas intermináveis quatro horas de descanso entre um turno e outro, e principalmente na hora de dormir. Quando o sono não vinha- e isso era uma rotina cada vez mais constante, era em Déa que eu pensava. Se para mim estava difícil eu imaginava para ela com dois filhos. Por sorte, ela vivia na casa da mãe com sua irmã caçula e isso não a deixava sentir-se tão sozinha.  

A nossa forma de contato era por chamadas de cinco minutos de telefones públicos, mas as fichas iam numa velocidade colossal. Era colocá-las e já acabar. Déa me ligava algumas vezes de sua casa, mas também estava preocupada com a conta. Então, combinamos de falar somente aos domingos, às 20h, do Brasil e meia noite para mim, em Portugal. Eu chegava correndo à estação para pegar o último trem da noite e ia direto para o telefone aguardar sua chamada. Era o melhor momento da semana. Falávamos pouco, mas o suficiente para acalentar nossos corações. E nos outros dias da semana eu escrevia intermináveis cartas durante minhas quatro horas de descanso e as depositava no mesmo dia nos correios. Era uma carta por dia, exceto aos sábados, que a agência de Sintra estava fechada e aos domingos porque falaria com ela por telefone. Eram folhas e folhas de papel, promessas de um amor interrompido no passado e esperança de uma nova vida no presente. Mas esse momento era agora? Haveria um futuro para a gente ou era somente mais uma armadilha do ardiloso destino?

GRAVAÇÃO DE MINISSÉRIE EM SINTRA

Desde muito pequeno eu gostava de escrever e sabia o que queria ser “quando crescesse”: um escritor. Era essa a resposta que dava quando me faziam a clássica pergunta sobre o que você quer ser quando crescer? Mas, aos 14 anos, quando vi a novela “Vale Tudo”, (TV Globo -1988), pela primeira vez, eu coloquei na minha cabeça que queria ser um escritor de novelas. Era incrível a maneira como os autores criavam as cenas, os diálogos, as reviravoltas, e quem assistiu Vale Tudo sabe do que estou dizendo. Maria de Fátima, Odete Roitman – e a enigmática pergunta que parou o Brasil por alguns dias na semana de Natal de 1988: “Quem matou Odete Roitman?”.

Na época do vestibular optei em cursar jornalismo porque já amava escrever, mas sem nunca deixar os cursos de roteiro e de teatro de lado. Transitava bem nestes três mundos. Já em Portugal, quando descobri que Sintra havia sido cenário de uma série de TV há meses antes de minha chegada eu fiquei louco! Sim, a cidade foi uma das locações da minissérie “Os Maias”, baseada na obra do escritor português Eça de Queiroz, e protagonizada pelos atores Ana Paula Arósio e Fábio Assunção.

Os Maias retratava a decadente aristocracia portuguesa na segunda metade do século XIX, através da trágica história de uma tradicional família lisboeta.  Eles gravaram por duas semanas em Portugal. Em Sintra, no Castelo dos Mouros e nas fachadas da Quinta da Regaleira e da Quinta da Riba Fria (cenário da casa de Maria Monforte, personagem da atriz Simone Spoladore). Óbvio que tive que passar nestes locais para vê-los mais de perto. Ficava imaginando uma obra minha sendo gravada. Que emoção deveria ser ver um texto ganhar vidas e sair do papel.

Havia vivido isso um ano antes ao ver meu documentário “Quem somos nós?”, meu primeiro trabalho profissional como jornalista virar uma realidade. Tinha sido escolhido para representar o setor audiovisual de minha cidade em um Fundo Municipal de Cultura. Mas o documentário era com personagens reais e falava sobre exclusão social. Foi um trabalho lindo e que me deu muito orgulho, pois foi o meu primeiro depois de formado.  

Mas eu queria vivenciar também o outro lado: o da ficção. Sonhava em ver meus atores favoritos encenando personagens criados exatamente para eles. Me inspirava na personagem Maria de Fátima (Gloria Pires), em “Vale Tudo”. Para mim, a melhor personagem de nossa teledramaturgia de todos os tempos.

Estar em outro país e no lugar de locações de filmes, novelas e minisséries era um sonho, sem contar que a arquitetura de Sintra ajudava a sonhar acordado. Localizada à cerca de 30 km da capital Lisboa, Sintra é uma vila rodeada de verde por todos lados e cercada pelos seus castelos que se erguem na serra. É uma cidade encantadora, arborizada, sempre lotada de turistas, de bons restaurantes, uma cidade vibrante, contagiante e com muita Cultura.

Aproveitei para conhecer os locais de gravação durante meu horário de almoço, mas somente passei em frente e fiz algumas fotos. No outro dia eu teria minha primeira grande aventura em Portugal. Era minha folga e eu havia decidido conhecer Lisboa. Era impossível estar há dias no país e ter conhecido somente a Capital de dentro de um taxi no trajeto do aeroporto até minha casa e ainda cansado da longa viagem.

Eu já tinha um roteiro bem definido para Lisboa. O primeiro lugar que eu queria conhecer era o famoso jornal “Diário de Notícias”. Um dos meus professores na faculdade havia dado uma aula sobre imprensa internacional e nunca me esqueci de alguns dos principais jornais impressos do mundo, e o português estava nesta lista. Despretensiosamente e, confesso, sem nenhuma esperança eu tinha levado um currículo impresso. Vai que….

Seria um sonho conhecer a redação de um jornal impresso no exterior, saber como eles trabalhavam, acompanhar uma pauta nas ruas. Havia feito isso no Brasil ao conhecer a redação do jornal “O Estado de São Paulo”, e foi ali que me apaixonei por redação. Naquela época, em 1997, eu já sabia qual seria a área que eu queria dentro do jornalismo, e ao contrário de muitos, não era TV ou rádio. Era jornalismo impresso. Me fascinava ver a diagramação de um jornal, as fotos, as legendas, a manchete e imaginar tudo que havia passado com o repórter até chegar aquele ponto de ver sua pauta ganhar vida. Nascia ali um repórter de rua e aquilo me seguiu por toda minha jornada e me segue até hoje.

UMA LISBOA ENCANTADORA

O trem era o transporte mais fácil e prático para chegar a Lisboa saindo de Sintra. A parada tinha que ser na estação ferroviária do Rossio, que é a mais central da cidade, e ficava num lindo prédio de 1886, com acesso tanto pelo metrô Restauradores (linha azul) quanto pelo metrô Rossio (linha verde). Eu já havia me informado em Sintra sobre a localização do jornal Diário de Notícias. Ele ficava na charmosa avenida da Liberdade, uma das principais de Lisboa. Angelo tinha me falado que quando eu chegasse ali realmente sentiria que estava em outro país. Não tinha nada a ver com o sossego de Cacém e nem com a agitação turística de Sintra.

A avenida liga a praça dos Restauradores à Praça do Marquês de Pombal. Com cerca de 90 m de largura e 1100 m de comprimento, conta com várias faixas e largos passeios decorados com jardins e calçada à portuguesa. Quando cheguei à estação do Rossio me informei qual seria a maneira mais fácil de ir até o jornal. Me informaram que eu teria pelo menos uma hora de caminhada mais ou menos ou podia optar pelo transporte público. Como eu queria conhecer a cidade decidi ir caminhando.

Fazia muito calor. Por sorte, eu estava com roupas leves e havia levado água e sanduíche. A sensação de liberdade era muito grande. E por coincidência do destino eu estava justamente em uma avenida que levava esse nome. Eu caminhava e pensava ao mesmo tempo sobre os mistérios da vida. Há meses atrás eu nunca havia pensado que estaria vivendo em outro país. Era tudo muito estranho. Por mais que eu me sentisse sozinho ali era reconfortante saber que eu havia chegado até aquele ponto por meu desejo de vencer. E depois de tantos anos enclausurado dentro de complexos de inferioridade, eu estava vivendo uma nova realidade. Tudo para mim era novidade naquele país e isso me fascinava.

Claro que eu lembrava de Déa também, mas algo me empurrava a estar ali. Eu sentia dentro de mim que por mais que a amasse e quisesse viver aquela história, eu tinha que dar um tempo para mim mesmo e viver o máximo possível daquela experiência. Quantos gostariam de estar no meu lugar ou dariam tudo para estar ali e não podiam? Nos últimos dias eu vinha pensando muito na minha situação. Sei que poderia estar sendo egoísta e estava, mas tenho que reconhecer que, no passado, ela acabou se afastando de mim por brigas, e desiludida se envolveu com outro e acabou engravidando e casando.

Então, ela também havia feito escolhas equivocadas de casar com uma pessoa sem amá-la. Eu precisava antes de qualquer coisa cuidar do meu interior e cicatrizar minhas feridas de alma. Depois viria o amor. E se fosse forte ele saberia esperar, afinal, havíamos ficado distantes sete anos e o destino nos unido novamente depois de tantos anos. Não seria alguns meses ou um ano- tempo que eu planejava estar fora do Brasil- que iria nos separar. Nós íamos encontrar uma maneira de ficar juntos.

Me recordo que, naquela manhã, o dia estava insuportavelmente quente. Na Europa, as temperaturas costumam ser bem extremas. No inverno faz muito frio, mas no verão faz muito, mas muito calor. E aquele era um daqueles dias intensos.

Inspirada na Champs-Élysées, da França, a Avenida da Liberdade conta com várias faixas e calçadas à portuguesa com belíssimos jardins. Isso ajudava a amenizar o calor. No meio do caminho até a redação vi uma banca de jornal e parei para comprar o exemplar do dia do Diário de Notícias. Ao abri-lo, veio a primeira surpresa: apesar de falarmos o mesmo idioma, a maneira de escrever e de falar dos portugueses, muitas vezes, é bastante diferente da nossa, e isso eu ia sentindo no dia a dia de convivência com eles. Várias vezes eu tinha dificuldade de entender o que eles falavam. O acento forte e o chiado na voz era algo que os caracterizava bem. Alguns falavam tão rápido que eu tinha que perguntar duas ou três vezes a mesma coisa.

Enquanto lia as notícias do dia mal imaginava que na tarde seguinte o mundo todo estaria dando a mesma notícia: os atentados de 11 setembro nos EUA.  

Já estava andando há mais de 40 minutos e o que mais ouvia dos portugueses nas ruas era que o local estava muitoo longe e que eu devia pegar um autocarro (ônibus) em Portugal, mas para quem já havia andado tanto não custava andar um pouco mais. O que mais me impressionava era a beleza dos prédios, as estátuas espalhadas pelos jardins, as fontes de água. E algo muito tradicional por todo país: as fachadas de muitos prédios e comércios em diferentes tonalidades que em nada lembrava o cinza de algumas cidades, como de São Paulo, por exemplo. O colorido de Portugal, principalmente de Lisboa, me deixava feliz só de olhar.

Quase uma hora e meia depois de caminhada, finalmente, eu avistava de longe o imponente e clássico prédio do jornal Diário de Notícias. De longe ele já era suntuoso, mas quando você se aproximava mais era impossível não se encantar com a arquitetura. O prédio de oito andares foi inaugurado em 1940 e foi projetado pelo arquiteto Pardal Monteiro. Dentre as visitas ilustres, figuras como D. Juan de Borbón, pai do rei Juan Carlos de Espanha e avô do atual rei Felipe VI, Juscelino Kubitschek, presidente do Brasil, o cineasta Manoel de Oliveira (que bateu à porta para agradecer suplemento dedicado ao seu centenário), o escritor José Saramago, dentre outros. O título em letras góticas o tornava ainda mais atraente.

Imponente fachada do jornal Diário de Notícias, em Lisboa

O jornal havia nascido no tradicional bairro Alto, em 1864. Era muita história para conhecer. Como repórter bem curioso eu queria literalmente invadi-lo e quem sabe conhecer o diretor de redação e pedir um estágio ou um trabalho como correspondente? Mas do sonho à realidade, muitas vezes, existe uma estrada grande a ser percorrida. Era nítido que não me deixariam entrar, a começar porque eu não estava em trajes adequados- Aqui fica uma dica: Eles são mais rigorosos e formais que nós brasileiros com os trajes.  

Então, lição aprendida: se quero ser respeitado, principalmente bem recebido em um local no exterior, a vestimenta faz diferença num primeiro momento. Eu podia dizer que era um jornalista brasileiro e que queria conhecer a redação, mas vestido com bermuda, suado, com cara de cansado e com sede, eu estava mais para um pedinte de rua que para um profissional da comunicação. Não me deixaram entrar, claro, mas aceitaram pegar o meu currículo e enviar para a redação. Não tenho dúvidas que quando virei as costas jogaram no lixo, mas antes deram uma olhadinha para certificar-se que eu dizia a verdade. Eu era muito inocente em acreditar que dariam um emprego para um imigrante com tantos jornalistas portugueses esperando uma oportunidade.

Teimoso como sempre pus na minha cabeça que depois de alguns dias voltaria ali para uma nova tentativa. Cansado, com fome e com muito sono eu já não tinha mais força e ânimo para voltar caminhando e acabei provando o autocarro deles, e foi tão rápido que logo cheguei à estação. Queria só voltar para casa, tomar um banho, comer algo e descansar.

Na viagem de retorno à Cacem fui me dando conta que a vida de um imigrante não era o que eu imaginava e muito menos o sonho dourado que muitos pintavam. Em muitos casos você era visto com maus olhos, com preconceito e desconfiança. Os olhares eram de cobrança como se eles te acusassem de estar ali tentando roubar vaga que seriam dos portugueses. Só que muitos moradores locais não se sujeitavam aos subempregos, como em obras, faxinas e em restauração (bares e lanchonetes), e isso ficava com os estrangeiros, no caso, com brasileiros que viviam ilegalmente no país. Eu teria ainda alguns meses até ficar ilegal, mas ao menos não podia queixar-me, pois estava trabalhando e o dinheiro mesmo sendo pouco me ajudaria a poupar minhas economias e viajar para as cidades vizinhas.

O DIA QUE VIROU NOITE

Na manhã de 11 de setembro de 2001, acordei como de costume, tomei meu café da manhã (os famosos cacetinhos portugueses, queijo, manteiga e cereais). Era isso que eu adorava comer de manhã. Eu ainda estava cansado do dia anterior, mas ao menos tinha conhecido um pouco de Lisboa e chegado até o jornal, mas eu queria voltar com calma e conhecer outros lugares. Talvez na próxima semana.

Cheguei ao trabalho, contei sobre minha folga aos companheiros e me preparei psicologicamente para o dia que viria em seguida, principalmente para as horas intermináveis na praça até o jantar. Havia dias que eu até preferia o restaurante lotado porque assim passava mais rápido. A hora que eu mais gostava era a de voltar para casa. Realmente eu odiava ser garçom, e não era por causa da equipe ou do restaurante, pelo contrário, havia sido muito acolhido por eles e até era mimado pelas meninas da cozinha, o que despertava um pouquinho de ciúmes em Beto, mas algo normal, rs.  A essa altura, elas já sabiam que eu odiava peixe e faziam sempre frango ou um bife ou pasta, que era um dos meus pratos favoritos.

 E foi no restaurante que eu trabalhava que provei o melhor queijo do mundo: o da Serra da Estrela. Era um queijo especial que servíamos como entrada para os clientes. Por fora, ele tinha uma consistência mais dura e por dentro era muito suave. Entre uma ida e outra às mesas eu me fartava de comer queijo com pão, mas sem que ninguém visse porque era para os clientes. Esse queijo português era feito com leite de ovelha. As mais antigas menções a ele remontam ao século XII, tornando-o o mais antigo dos queijos portugueses. É um dos mais afamados queijos de ovelha de todo o mundo. Esteve presente nas mesas reais e foi mesmo evocado por Gil Vicente no século XVI.

O queijo da Serra da Estrela, o mais famoso de Portugal e que fui provar em Sintra. “Paixão à primeira mordida”

Ás 16 horas, como sempre fazia, saí para o meu descanso da tarde e deixei Beto dormindo no salão. Mal imaginava o que estava acontecendo no mundo, principalmente nos EUA. Quando saí às ruas, vi uma movimentação estranha em alguns comércios que ainda mantinham as portas abertas, mas eu pensei que seria por causa de algum jogo de futebol- os portugueses, assim como os brasileiros, também amavam futebol.

Quando estava passando por um bar vi a cara de alguns turistas muito assustados e portugueses comentavam que era uma guerra mundial. Outros diziam que era o fim do mundo. Preocupado e curioso, decidi parar por alguns instantes e fiquei em choque com as imagens que eu assistia. As TVs portuguesas repetiam incessantemente o impacto dos aviões contra as torres gêmeas, mas até então, ninguém sabia o que estava acontecendo. Nenhuma hipótese podia ser descartada. Estar fora de casa naquele momento não era nada confortável.

Atentados de 11 de setembro nos EUA . O mundo parou diante da tragédia

VEM AÍ

No próximo episódio de Diário de um imigrante, saiba como os atentados às torres gêmeas nos EUA impactaram no meu trabalho, no meu dia a dia, e a decisão que tomei após conversar com minha família sem que Déa soubesse da verdade.

Jornalista, roteirista, escritor e ator brasileiro com mais de 20 anos de experiência em comunicação.Vivo atualmente em Barcelona onde trabalho como correspondente internacional, mas já morei em outros países, como Portugal, Irlanda, EUA e Itália onde sempre estive envolvido com projetos na área de comunicação- minha grande paixão-.Como roteirista, destaco a coautoria na sinopse e no 1 capítulo da novela "O Sétimo Guardião" (TV Globo/2019), o documentário "Quem somos nós?", sobre exclusão social, e o curta-metragem "As cartas de Sofia".Como repórter, trabalhei em grandes grupos de comunicação no Brasil, como RBS, RAC e RIC. Ganhei o prêmio Yara de Comunicação (categoria impresso) em 2013 com uma reportagem sobre as diferentes famílias e histórias de vida às margens do rio Piracicaba (SP). Fui finalista do prêmio Unimed de Jornalismo/SC com uma reportagem sobre gravidez precoce.

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