Diário de um imigrante- capítulo 10

Dublin, capital da Irlanda, foi a primeira cidade onde fui fazer intercâmbio e essa experiência mudou minha vida

SETEMBRO DE 2008: Fabrício (Fá) e eu desembarcávamos em Dublin, capital da Irlanda, com o coração totalmente livre e abertos para as aventuras que aquele país nos traria. Estávamos literalmente dispostos a mergulhar e viver aquela experiência que era única em nossas vidas. Eu já tinha vivido em Portugal e provado um pouquinho de outra cultura, mas para Fá era a primeira vez. Nosso visto de estudante nos dava o direito naquela época de ficar um ano todo no país e de trabalhar legalmente. Mas, no final das contas, parece que vivemos anos seguidos ali na Irlanda diante da avalanche de acontecimentos que foram chegando sem nenhum tipo de freio.

Provei e vivi na pele a velha tônica: “viver é arriscar-se”. E num trocadilho certeiro com Dublin eu poderia dizer: “já que estou na chuva vou me molhar”, pois quase todos os dias do ano chove em Dublin, por isso, guarda-chuva e sombrinhas são itens necessários (compre um material forte e resistente porque caso contrário no primeiro vento o acessório será rompido e você chegará encharcado nos lugares).

Minha aventura irlandesa começou antes mesmo de sair do aeroporto. Hoje, eu vejo com graça, mas confesso que no dia tive dor de barriga e medo de ser preso (muitas coisas passam pela cabeça de um intercambista de primeira viagem). Semanas antes do embarque fiz contato pelo Facebook com algumas pessoas que viviam na “Ilha da Esmeralda” (apelido carinhoso da Irlanda), mas acabei centralizando as conversações com quatro pessoas: três meninas e um rapaz. Eles me deram algumas dicas importantes, principalmente conselhos, porque já viviam no país há algum tempo. Meu principal temor era com a imigração. Mesmo estando legalmente matriculado numa escola irlandesa, com o dinheiro exigido e com passagem de retorno para o Brasil, eu tinha medo de algo sair errado comigo ou com Fá e não conseguirmos entrar juntos.

Naquela altura da minha vida posso dizer com plena convicção sem medo de errar que depois de tantos anos de sofrimento e de desilusões amorosas consecutivas, que a vida tinha me presenteado com alguém especial. Fá era acima de tudo companheiro e embarcava em todas as minhas aventuras. Sensível e romântico como todo bom canceriano, mas também muito mais prático e decidido que eu em muitas situações. Ele era do tipo que não se deixava abalar por nada e sua alegria contagiante aliado ao bom humor tornavam os dias muito mais tranquilos de se viver. Éramos felizes mesmo sendo completamente diferentes em muitos pontos, mas as diferenças nos completavam.

Se na época de minha relação com Déa, o casal Jade e Lucas de “O Clone” embalava nossa história de amor, agora, a situação era totalmente diferente. Esse posto de protagonista havia sido “roubado” por outro casal da teledramaturgia que ganhou meu coração e a torcida de todo um país em 2005: Zeca e Junior, da novela “América”. O amor proibido entre o peão e o estudante foi um dos destaques da trama de Gloria Perez, e o primeiro beijo gay que foi gravado e seria exibido no último capítulo da novela foi cortado pela direção horas antes da exibição por medo da rejeição e preconceito da sociedade. Na verdade, o primeiro beijo gay masculino aconteceu anos depois, em 2011, na novela “Amor à vida”, mas antes, em    a novela “Amor e Revolução” (SBT) já havia transmitido um beijo entre duas mulheres.

Zeca e Junior terminaram juntos a história e era aquele final que eu planejava para minha vida. O problema da sexualidade estava superado, e o do cabelo, parcialmente resolvido também (durante os anos anteriores até a viagem para Dublin havia me submetido à uma técnica de transplante de cabelo e como minha área doadora era muito pequena, o resultado não me deixava feliz, mas ao menos ajudava a camuflar uma calvície total. O maior trauma e complexo já havia passado)

Voltando ao aeroporto de Dublin, assim que descemos do avião, nossos corações se aceleraram ainda mais. Era nossa primeira viagem internacional juntos e todas as minhas economias haviam sido postas naquele intercâmbio. Nada podia dar errado! Ao passar pela imigração fomos em cabines separadas. Eu temia por Fá porque ele não falava absolutamente nada em inglês. Eu ainda falava um pouco, mas o nervosismo havia me travado totalmente. Me recordo de o agente perguntar sobre o motivo da viagem e de ter pedido o passaporte e os comprovantes do curso.

Em menos de cinco minutos eu estava passando pelo setor e faltava apenas a porta principal de saída e que dava acesso ao saguão principal do aeroporto. Quando vimos que dois haviam passado sem nenhum problema, Fá e eu compartilhamos o mesmo sorriso de cumplicidade e imaginamos que a pior parte já tinha passado. Será mesmo??

Imigração no aeroporto de Dublin: mesmo estando legal esse era meu principal temor

Nós dois íamos tranquilos em direção à saída e empurrando cada um seu carrinho com duas malas enormes de roupas (definitivamente não havia aprendido a lição de Portugal e repeti o mesmo erro de levar muito bagagem, incluindo pesados casacos de frio que fui buscar numa feirinha da madrugada no bairro do Brás, em São Paulo, porque eram mais baratos. E em Dublin eu teria pago dez vezes menos se tivesse comprado na Pennys, uma rede extremamente barata em toda Europa com produtos de 1 até 10 euros, em média).

Na minha mala, além das roupas e do peso de casacos havia um pote grande de doce de leite e três pacotes de cigarro- encomendas das pessoas com quem vinha conversando pela internet e que me diziam que cigarro era muito caro na Irlanda e não havia o doce de leite brasileiro. Como eles haviam me ajudado com algumas dicas não teria porque não levar coisas para eles também, sem contar que a moça que havia encomendado o doce de leite, Anne, havia prometido que nos buscaria no aeroporto e nos deixaria na porta do hostel. Então, eu daria o doce de leite.  

“Stop, please. Open the bags”! Essa frase eu conhecia bem dos filmes e foi justamente ela que ouvi nitidamente de dois policiais antes de sair do setor de imigração. Fá estava junto comigo e não lhe pediram nada. Ele ficou nervoso, tentou voltar, mas os policiais disseram que não era permitido ficar ali. Resumindo: meu namorado passou e eu fiquei detido ali. Na mala dele havia as mesmas coisas, mas tinha que ser comigo a averiguação policial. Eu realmente era o cara sorteado nestas situações.  

O desespero foi tomando conta de mim e era nítido meu nervosismo. Ele estava estampado na minha cara. Se eu fosse policial, com certeza, também acharia meu comportamento estranho. Eles sabiam que não era proibido levar cigarro na bagagem para consumo próprio, mas fizeram questão de pedir que eu tirasse tudo da mala. O detector de bagagem já havia mostrado que minha mala tinha somente pacotes de cigarro fechados, mas talvez a “cota do dia” de serviços lhes obrigasse a parar alguns turistas e estudantes para mostrar que estavam trabalhando.

Eles remexeram toda minha mala, pegaram os pacotes de cigarro e o doce de leite e ficaram observando por uns 5 minutos, que mais pareceram uma eternidade. Mil coisas passavam pela minha cabeça. Uma policial loira com cara bastante fechada e antipática se aproximou de mim e me disse sem olhar na minha cara: “Go”. Eu sabia o que significava, mas naquela hora a insegurança e o medo era tão grande que me deixaram estático. Eu me lembro de ter respondido em português: “Como?”. Hahaha. Só mesmo eu pra na hora do nervoso responder a um irlandês em português como se ele fosse me entender. Vi que ela não gostou da resposta e me apontou a saída. “Go, go, go”.

Entendia que era para seguir, mas será que o go era para me levar para alguma outra sala? Iam me deter por contrabando? E o pobre do Fá que não sabia NADAAAAA de inglês? Eu só pensava nele. Quando me aproximei da porta e ela se abriu e vi que do outro lado o Fá me esperava tive vontade de chorar. Ambos nos abraçamos longamente. Acho que foi o abraço mais gostoso que recebi dele. Era como um abraço de conforto, algo que mostrava que ele estaria ali para sempre. Como isso me reconfortava!

Ter o amor de alguém naquele momento fazia total diferença e se eu imaginava que só se ama uma vez na vida, o destino havia posto no meu caminho uma pessoa que eu aprendi a amar desde o primeiro dia que conheci. Fá era a pessoa com que sempre sonhei, por isso, o amava tanto. Já estávamos juntos há mais de um ano e nossa cumplicidade só aumentava e Dublin foi um teste de fogo para nossa relação.

Passado o susto das maletas era hora de buscar por nossa “amiga virtual” Anne que havia prometido na véspera que estaria no aeroporto. Já a conhecíamos por fotos e vídeos, mas ela não estava ali. Ficamos esperando mais de uma hora (acreditávamos que ela podia ter se atrasado, mas não se tratava de um atraso, mas sim, de um furo mesmo). Ela foi somente a nossa primeira decepção em solo irlandês com brasileiros. Depois dela viriam muitas e muitas outras, o que nos obrigou a ir ganhando uma casca mais dura para amizades, ou seja, tivemos que tentar “endurecer” o nosso coração mole e separar pessoas boas de pessoas más, uma tarefa muito difícil estando em outro país onde a carência bate forte. 

Não tínhamos a mínima ideia de como sair do aeroporto e ir para o centro de Dublin, principalmente de como encontrar o hostel que havíamos feito reserva pela internet e onde ficaríamos hospedados sete dias até encontrar uma casa. Para piorar chovia forte e era noite. Por sorte ou azar (o tempo mostraria que azar), encontramos na fila do ônibus uma garota brasileira (Ana Paula) que escutou nosso desespero sem saber se estávamos na mão correta e nos indicou que aquela era a direção para o centro.

Descobrimos que ela ia para o mesmo hostel que a gente. Ficamos super felizes porque ela seria a nossa salvação ainda mais porque íamos ficar perdidos pela cidade de madrugada e com chuva. Ela tinha um nível de inglês intermediário. Quando o ônibus se aproximou tivemos a primeira surpresa: era um ônibus de dois andares igual eu via sempre nas histórias de Londres. Realizaria, finalmente, o sonho de andar em um deles. Claro que eu não aceitaria viajar no andar de baixo. A experiência tinha que ser no piso superior. Deixamos as maletas no compartimento de bagagem, subimos a escada e sentamos nos primeiros bancos que davam uma visão mais panorâmica da viagem.

Em Dublin, pude realizar o sonho de andar nos ônibus de dois andares, algo comum em Londres

Durante o percurso descobrimos que Ana Paula também faria intercâmbio, mas em outra escola. Ela era de Santa Catarina, mas algo não me caia bem. Eu sentia um ar de superioridade em suas falas e certa arrogância por mais que ela tentasse ser simpática. Para Fá, aquela era apenas uma desconfiança tola da minha cabeça. Descemos na avenida principal e Fá realizou o desejo de pedir um hamburguer (ele amava fast food e eu era o neurótico da dieta que me matava na academia pra ganhar algum músculo e controlava a alimentação; enquanto ele, odiava academia e comia de tudo e não engordava. Era um sortudo!). Naquela noite, abri uma exceção e comi um hamburguer com batatas, coca e ainda me dei o direito de tomar sorvete. Era nosso jantar de batizado na cidade e no país (ainda viria o jantar mais inesquecível das nossas vidas e que creio que nunca mais será superado por outro em toda minha vida porque o que aconteceu foi surreal).

No hostel, ficamos surpreso com o tamanho do quarto. Era a nossa primeira vez num albergue. No quarto haviam 15 camas de solteiro. Nunca imaginamos dormir com tantas pessoas juntas num quarto, mas nem todas estavam lotadas. Haviam roupas e sapatos espalhados por todos os lados, e como já era tarde não tivemos coragem de acender as luzes. Nossos celulares serviram como lanterna. Do lado da nossa cama haviam dois ingleses conversando alto (não entendia uma palavra que diziam).

Tudo era muito novo prá gente: estar em um país diferente, com pessoas estranhas, não falar o mesmo idioma e ainda estar num quarto com quase 15 estranhos. O pior para mim era ir ao banheiro e levar a bolsinha com dinheiro e o passaporte, já que tinha medo de ser roubado, e era muita dor de cabeça fechar as malas com cadeado. Imagina a dor de cabeça se perdêssemos as chaves? E eu era perito em perder coisas. Meu pai dizia que eu quando pequeno bati a cabeça ao cair do berço (uma anedota dele para justificar meus rompantes aventureiros já que ele achava uma loucura minhas viagens para fora do Brasil).

Minha primeira noite na Irlanda foi em um quarto de hostel com 15 camas

Resistimos à primeira noite no hostel creio que mais pelo cansaço da viagem, pois a cama não era nada confortável e tampouco o cheiro que vinha delas. Muitos hóspedes ali, com certeza, não se duchavam há dias. Eu que sempre fui apaixonado por café da manhã de hotel e no Brasil era uma fartura, imaginei que na Irlanda seria igual. Doce ilusão! O café da manhã se resumia a um suco sem doce (os de saquinho no Brasil eram infinitamente melhores), duas bolachas água e sal e uma manteiga. Era esse o café da manhã ali. Descobri depois que esse café tão sem atrativos dependia do local onde alugássemos, e no nosso caso, o hostel era muito barato, por isso, a qualidade dos serviços bem precária porque o breakfast irish era extremamente farto e gorduroso, incluindo feijão com tomate.

Logo depois do café da manhã, Fá e eu decidimos sair prá reconhecer a zona, procurar mercados, e também conhecer a escola onde iriamos estudar. A nossa, DCI (Dublin Cultural Institute) estava localizada no coração de Dublin e numa das esquinas principais da cidade, e muito próxima do rio Liffey, que cortava a cidade.

Mas, antes de chegar à escola, encontramos a Spire: o principal cartão postal de Dublin, e uma das obras mais altas do mundo. Era impossível não se encantar com sua beleza e suntuosidade. Não sabíamos nada sobre o monumento, mas logo acabamos descobrindo que era uma marca pessoal da cidade. Era ponto de encontros e despedidas, e foi lá que encontramos FLAVIA que viria a se tornar uma de nossas melhores amigas e com quem tenho amizade até hoje.

Spire: um dos principais cartões postais da cidade e que se tornoiu meu ponto de encontro e de despedidas

Flávia foi como uma irmã prá gente durante nossa estada.  Foi ela quem nos deu dicas sobre a escola, sobre a cidade, onde comprar barato e quem nos acompanhou para tirar um documento obrigatório para poder trabalhar (como um CPF no Brasil). Sua história era incrível e logo contarei mais detalhes.

Apesar de estarmos amando as primeiras horas em Dublin, tanto Fá quanto eu sabíamos que precisávamos com urgência encontrar um lugar para ficar. Dentro de seis dias ia vencer a nossa reserva no hostel e não tinha como pagar porque ficaria muito mais caro. A melhor opção seria compartir casa com outros estudantes (era praticamente impossível alugar um espaço só pra gente devido os altos preços dos alugueis).

E para alugar qualquer coisa em Dublin existia um esquema que devia ser seguido. Para sair da habitação você tinha que colocar outra pessoa na sua vaga porque senão o dinheiro da fiança não era devolvido. Então, além de ter o trabalho de alugar o quarto, de encontrar a casa, você tinha essa preocupação quando fosse se mudar e o seu dinheiro não era devolvido se você não colocasse outra pessoa na vaga.

Já tínhamos olhado muitos sites, mas as vagas eram todas em inglês. Nas comunidades da internet não havíamos encontrado quarto. Decidimos seguir um site de habitações que todos diziam ser bom. Mesmo estando em inglês já sabíamos o básico que deveria conter o anúncio. Fá separou alguns quartos que estavam dentro do nosso orçamento: 300 euros cada um e uma fiança de 300 euros. Então, no primeiro mês já íamos gastar 300 e o outro ficaria retido até nossa saída. Viver fora de casa em outro país não eram só flores como muitos pensavam. As dificuldades para os imigrantes começam pela barreira do idioma, depois pela busca da habitação, passando pela duro desafio de ter que conviver com estranhos na casa- chegamos a morar em sete pessoas na primeira casa-. E, por fim, talvez, a batalha mais difícil: conseguir um trabalho sem QI (quem indica) e ainda por cima em língua estrangeira.

Devido ao elevado preço dos alugueis, em Dublin, você é praticamente obrigado a dividir quarto com mais pessoas

Mas tínhamos que achar uma casa urgente. Isso nos daria tranquilidade para começar as aulas e também para buscar trabalho. Com as vagas separadas, pegamos um mapa gratuito da cidade em um estande de turismo e saímos pelas ruas. Éramos dois malucos perdidos no meio da cidade sem falar inglês e sem entender o nome das ruas. Eu, confesso, sempre tive muita dificuldade para me localizar com mapas e ainda sendo em inglês era tarefa praticamente impossível. Fá e eu estávamos próximo ao imponente prédio dos Correios, quando o mapa voou e o guarda-chuva quebrou com o vento (o primeiro de muitos outros que foram comprados). Ele, sempre mais nervosinho que eu me deu bronca por eu não ter segurado bem o guarda-chuva e o mapa estava sendo molhado, mas a chuva naquele momento era fraca, mas o vento insuportável. Estávamos discutindo sobre a rota certa de uma rua quando três pessoas se aproximaram da gente. Tentei gastar meu inglês macarrônico perguntando informação. Uma loira baixinha toda encapotada disse. “no speak english”. Eu olhei para Fá e disse: “essa aí não sabe nada. tá pior que a gente”. Ela ouviu e começou a rir. “Vocês são brasileiros? Nós também”. Era Jessyka, seu namorado Rômulo e o amigo deles, Davi. Começava ali um dos nossos maiores pactos de amizade, um laço muito forte e que nos ajudou a superar os piores momentos de Dublin. Jennifer era o nosso ponto de paz e porto seguro ali, e foi uma das pessoas que mais nos ajudou- ainda viriam outras almas boas, mas isso era uma exceção no meio de tantas pessoas egoístas.

Imponente prédio dos Correios, em Dublin. Foi perto desse ponto que encontrei Jennifer pela 1 vez

DICA: Não confie em tudo o que te dizem ou prometam quando você está no exterior. Procure bater a informação com pessoas diferentes. Por mais incrível que pareça, muitos brasileiros quando estão fora de casa deixam o egoísmo e a ambição falar mais alto e se puderem ao invés de te facilitar a vida vão te colocar em enrascadas só pra que você passe o mesmo que passaram ao chegar ao país. Por isso, se puder, evite só interação com brasileiros e busque formar uma rede de contatos com pessoas de outras nacionalidades porque estes seguramente te ajudarão muito mais que alguns brasileiros. 

Claro que existem exceções, mas muitos não são confiáveis. E isso vale para as pequenas coisas do dia a dia, como olhar se você usou até mesmo o sal (passei por isso, rs), ou situações de convivência quando você inúmeras vezes lavou coisas da pessoa porque já estava com a torneira aberta e a mesma pessoa é capaz de deixar de lavar uma colherzinha sua de sobremesa se ver que não foi ela quem deixou ali.

Realmente a convivência forçada com outras pessoas é a pior parte de se morar fora do país. É raro quando você tem condições de viver sozinho e não precisa compartilhar as despesas. Sofri muitooo com o convívio com pessoas das mais diferentes personalidades, e isso me tornou em certos pontos uma tartaruga com armadura ainda mais dura para defender-me de gente falsa, interesseira, oportunista e hipócrita. Se você não é forte, a vida te ensina a ser quando você está fora do Brasil.  

VEM AÍ: Como a amizade com Jéssyka transformou nossos dias em Dublin, os primeiros passos na nova escola, a luta incessante por trabalho e o início da crise mundial.

Jornalista, roteirista, escritor e ator brasileiro com mais de 20 anos de experiência em comunicação.Vivo atualmente em Barcelona onde trabalho como correspondente internacional, mas já morei em outros países, como Portugal, Irlanda, EUA e Itália onde sempre estive envolvido com projetos na área de comunicação- minha grande paixão-.Como roteirista, destaco a coautoria na sinopse e no 1 capítulo da novela "O Sétimo Guardião" (TV Globo/2019), o documentário "Quem somos nós?", sobre exclusão social, e o curta-metragem "As cartas de Sofia".Como repórter, trabalhei em grandes grupos de comunicação no Brasil, como RBS, RAC e RIC. Ganhei o prêmio Yara de Comunicação (categoria impresso) em 2013 com uma reportagem sobre as diferentes famílias e histórias de vida às margens do rio Piracicaba (SP). Fui finalista do prêmio Unimed de Jornalismo/SC com uma reportagem sobre gravidez precoce.

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