Diário de um imigrante- Cap 4

No episódio anterior da série “Diário de um imigrante”, parei no exato ponto onde havia deixado uma das cabines do banheiro masculino do aeroporto de Lisboa. Então, enchi o peito de ar, respirei fundo e saí confiante pela porta. (ver os episódios anteriores para entender a razão disso tudo). Ao sair da cabine fui até um espelho e me olhei por longos minutos. Aquele era o novo André que estava nascendo. O passado tinha que ficar sepultado naquela lixeira. Lavei o meu rosto e molhei a cabeça (que sensação maravilhosa de molhar sem a prótese incomodando).
Era início do dia. Uma manhã ensolarada de primavera onde a temperatura ainda estava bastante agradável com resquícios do verão que na Europa costuma ser bem marcante, principalmente julho e agosto, os meses mais quentes do ano. Eu nunca tinha estado fora do Brasil, então, não sabia bem como se comportava o tempo. Já tinha ouvido falar, mas sentir mesmo seria a primeira vez. Marinheiro de primeira viagem, minha mala estava lotada de roupas de inverno. Sem medo de exagerar, dos 64 kg de bagagem, 70 % tinha sido destinado aos casacos (risos). De frio pelo menos eu não morreria. Mas, voltando à minha saída do aeroporto, antes mesmo de ver os primeiros raios solares após uma longa viagem seguida de conexão e de pisar literalmente na capital Lisboa com os meus próprios pés (saguão de aeroporto não conta), eu tinha que encarar o meu amigo Thiago de frente. Digo isso, pois ele seria a primeira pessoa a me ver sem a prótese- algo impensado por muitos e muitos anos-.
Não houve palavras. Somente um abraço apertado seguido de um silêncio constrangedor. Eu decidi quebrar o gelo com uma piada, algo tão característico do Thiago. Ele era o mais piadista do meu grupo de amigos e colegas. “Tô muito feio?, perguntei de imediato. Ele me deu um soco de brincadeira no peito e daí sim já incorporado do “espírito Thiago de ser” me disse: “Você não faz meu tipo. Tenho que ser sincero”. Os dois caíram na gargalhada e o clima ficou mais leve.
“Pois bem, meu amigo. Esse sou eu”, – retruquei um pouco tímido. Em seguida, passei a mão na cabeça. Era tudo muitoooo estranho. Eu me sentia totalmente nu. Parecia que todos me olhavam. Claro que era coisa da minha cabeça, mas era assim que eu me sentia. “Cara, não sei como eu tive coragem de chegar até aqui, justo agora que eu voltei com a Déa”. (havia contado por cima a história para ele quando nos falamos por telefone). Tratando de me animar ele disse que o mais importante era eu me fortalecer primeiro, me aceitar, e que o tempo resolveria tudo. E ele tinha total razão. Só o tempo mesmo para resolver muitas coisas.
Na verdade, Thiago nunca havia sido para mim um amigo próximo, daqueles confidentes e que queremos estar sempre juntos. Ele era um colega que, às vezes, ia à minha casa e que se juntava à minha turma nos finais de semana para churrascos ou festas- isso quando eu ia porque nas piores fases comecei a me isolar de tudo e de todos-. Apesar de não sermos confidentes, eu gostava dele porque era animado e literalmente botava fogo nas festas. Convivemos mais ou menos uns dois anos juntos e quando eu soube ele já havia se mudado para Portugal. Decidiu ir sem se despedir de ninguém (confesso que talvez seja o melhor caminho a ser feito e sem despedidas). Ele viajou como turista e depois dos três meses ficaria ilegal, por isso, preferiu evitar abrir o jogo para todo mundo porque não se pode confiar em todas as pessoas. E estava certíssimo!
Eu era muito mais amigo do seu primo Nestor e foi ele quem me colocou em contato com o Thiago quando eu decidi sair do Brasil. Falamos algumas vezes por e-mail e por ligação. Na época, eu não tinha celular e as ligações interurbanas eram um absurdo. Havia a oportunidade de ligar de um telefone público (ou orelhão como se dizia), mas ele consumia as “fichas telefônicas” em questão de minutos. Era um absurdo. No entanto, por telefone, e em nome da amizade cordial que a gente tinha estabelecido, eu confessei a ele que precisava sair do Brasil para me libertar daquele trauma do cabelo- nunca havíamos tocado nesse tema abertamente até então-.
Eu sabia que todos comentavam por trás, e estou seguro que alguns com maldade. “Ah ele usa peruca”. “A peruca vai cair na piscina”, como de fato caiu depois, mas nunca havia escutado isso abertamente de nenhuma pessoa. O mais importante era que ele estava disposto a me ajudar e antes do meu embarque tinha descoberto uma senhora portuguesa que alugava quarto para rapazes e ali já vivia um outro brasileiro: Angelo (esse sim virou um grande amigo), e por essas coincidências do destino que ninguém imagina, ele era da mesma cidade que eu vivia: Americana, no interior de São Paulo.
Depois do abraço e das primeiras palavras trocadas, Thiago me apressou a sair porque tinha que trabalhar no início da tarde e estávamos longe da casa onde eu ia ficar: Cacém, cidade próxima à outra muito famosa que eu já havia escutado falar: Sintra. Como já estava um pouco tarde e eu não queria atrasá-lo disse que podíamos tomar um taxi.
Quando saí do aeroporto e vi aquela quantidade de taxis bege claro (são todos dessa cor), fiquei assustado. Pensei: “esse povo não deve saber o que é ônibus ou andar a pé”. Eu sempre fazia as duas coisas e nunca pegava taxi porque sempre achei um roubo esse lance da bandeira, mas aquele dia era uma exceção. Ao entrar no taxi ouvi pela primeira vez um português típico falando com o acento deles que é algo tão peculiar. Eu estava tão cansado da viagem, das horas de conexão e com fome que para mim aquele homem estava falando “grego”, expressão que eu sempre ouvia quando as pessoas não entendiam algo.
Apesar de não ter celular, havia levado uma mini câmera fotográfica daquelas com rolos de filme ainda (só na faculdade havia chegado perto de uma profissional, mas tinha medo de tocar). Amava fotografia, mas não era a minha disciplina preferida, A que eu mais gostava era ITJ (Introdução às Técnicas Jornalísticas), pois eu podia exercitar minha criatividade e escrever textos (que também eram escritos em máquinas de datilografia. O computador estava apenas chegando à minha universidade em 1995).
Mesmo com a minha máquina amadora de fotos eu estava feliz, pois ela seria a única testemunha para eu mostrar depois para as pessoas que eu havia estado em outro país, sem contar que me conhecendo bem eu sabia que não faria fotos sem boné. Agora tinha o agravante de estar sem a prótese, mas eu deixaria para pensar nisso depois.
Com o taxi em movimento, fiquei abismado com o tamanho de Lisboa. Para mim era tudo imenso e ao mesmo tempo maravilhoso e instigante. Cada detalhe daquele novo mundo me chamava atenção: os prédios, os carros, as placas diferentes, as ruas. Eu parecia uma criança solta em uma loja de brinquedos ou em um parque de diversão. Era como se um filme passasse diante dos meus olhos e na minha cabeça. O que a vida e o destino estavam reservando para mim naquele lugar?
Lembrei muito de minha mãe, pois aventureira como era, seguro que daria tudo para estar junto comigo. Tadinha! Ela jogava todas suas expectativas em mim porque sabia que eu era sua “cópia de calças”. Éramos muito parecidos de gênio e de personalidade, por isso, muitas vezes, discutíamos, mas eu a amava incondicionalmente e tinha raiva de saber que ela estaria para sempre impedida de andar por culpa de dois moleques irresponsáveis de moto. Revoltante!
Pensei também em Déa. Com a ansiedade em torno da viagem, medo de imigração, o medo de ficar sem a prótese, não havia tido muito tempo para pensar em nós dois ou em uma vida futura. Será que haveria uma nova chance para a gente?? Por que o destino havia pregado aquela peça comigo justo semanas antes da minha viagem? Eram muitos questionamentos dentro de mim e eu não tinha resposta para nenhum deles.
Do aeroporto até a casa onde eu ficaria gastamos 30 minutos. Como eu não tinha trocado o dinheiro antes de sair do Brasil pedi para que Thiago pagasse com o seu e depois eu lhe daria. Achei engraçado ao ouvir o valor da corrida dita pelo motorista. Escudo era a moeda local de Portugal em 2001 antes da mudança para o euro. Lembro que não foi barato, mas como não era um horário de pico o valor foi mais acessível que imaginava. Pagamos, agradeci ao motorista e fomos em direção à casa.
Na Europa, como um todo, é muito normal as pessoas morarem em prédios de apartamentos. Há desde edifícios menores de um a três andares até alguns com 12 andares. É raro você encontrar lugares com muitas casas. Pois bem, a minha “nova casa” que, na verdade, era um prédio pequeno, tinha apenas três andares e o meu era o segundo. Algo que me chamou a atenção de cara foram as fachadas. Todas coloridas em diferentes cores para diferenciar uma das outras já que todos os prédios eram idênticos por fora. O que os diferenciava eram as portas e janelas.
O meu tinha a porta azul (amei porque era minha cor preferida). Bom sinal!. Thiago apertou a campainha. Do outro lado uma voz feminina com acento português disse:“Estou”. Eu achei aquilo tão estranho!!! Como uma pessoa pode atender uma porta dizendo que estava? Logo, descobri que o “estou” era uma maneira informal e eles usavam para atender o telefone também. (esse é apenas um aperitivo de muitas descobertas que viriam na sequência, pois engana-se quem pensa que por falarmos português nos entendemos perfeitamente. Há palavras e expressões muito típicas dos portugueses e que não usamos no Brasil. O estou era apenas a pontinha desse iceberg).
Thiago se identificou tentando imprimir um modesto acento português, mas que dava para perceber nitidamente que tratava-se de um brasileiro disfarçando o sotaque. Logo a porta se abriu e uma simpática portuguesa de cerca de 20 e poucos anos abriu a porta. Ela usava um moletom básico e os cabelos presos no alto da cabeça. Sorridente nos convidou para entrar e imediatamente foi mostrar a habitação. Disse que se chamava Paula e que gostava muito do “senhor Angelo”. Era assim que se referiam aos homens e mulheres mesmo sendo jovens, e Angelo tinha a mesma idade que ela.
Olhei rapidamente o quarto e apesar de pequeno estava muito limpo e organizado. A cama que seria minha já estava feita e uma cômoda com três gavetas seria meu novo armário. Três jaquetas minhas já ocupariam todo espaço. Disfarcei a frustração por não ter um armário, pois sempre odiei deixar minhas coisas acumuladas em gavetas ou dentro de malas. Tinha paixão pelos cabides, ou seja, abrir meu guarda-roupa e poder escolher minhas roupas separando os cabides. Não era hora de me prender a estas coisas. Eu já sabia que teria que abrir mão de muitas coisas se quisesse passar pela experiência de viver fora do Brasil.
Feita as apresentações do quarto, Paula me mostrou o restante da casa. Era um mini apartamento com uma sala muito pequena e cozinha. Paula dormia em outro quarto com sua avó e eu teria que dividir com Angelo. Dizem que a primeira impressão sempre fica. Muitas vezes, isso não se aplicou no meu dia a dia, mas com Paula tive química. Era uma moça bem reservada, mas muito educada e solícita. Quando estava me explicando algumas coisas da casa e do bairro sua avó saiu do banho. Há muito tempo viviam juntas e a senhora era como se fosse sua avó.
Sei que Paula naquele dia me disse o nome de sua avó, mas sou péssimo em memorizar nomes. Então, ela me explicou que Angelo a chamava de avó e que Paula também. Então, que se eu quisesse poderia chamá-la assim. “Vó” esse era o nome da minha avó adotiva! Como ela me recordava minha avó paterna Olga- uma das minhas grandes paixões-. Vó Olga era a pessoa mais espetacular que eu conhecia: doce, meiga, fazia todas as minhas vontades e me chamava carinhosamente de “barangana”. Cresci ouvindo-a me chamar assim e nunca lhe perguntei o significado desta palavra (se alguém souber me explique) mas só podia ser algo bom vindo dela que foi uma das melhores pessoas que conheci em toda minha vida. Se eu tivesse que escolher 10000 vezes ela como avó, eu a escolheria.
Na ausência de minha avó querida, eu teria um pouquinho de mimos da avó portuguesa por adoção. Gostei das duas, da casa (tirando o armário) e disse que ficaria com o quarto. Thiago, outra vez, pagou com seus escudos e depois se despediu porque ainda ia trabalhar numa cafeteria. Fiquei sozinho com as duas. Estava mortooo de fome. Não havia comido nada há horas. Creio que elas perceberam minha cara de coitado e me convidaram para almoçar. (preparam-se para esse momento de puro deleite para quem imaginar meu constrangimento na mesa porque não imaginava que me perguntariam aquilo sem ter nenhuma intimidade comigo).
Havia uma sopa de legumes. Nunca fui fã de sopas, mas minha mãe fazia muito em casa porque era um dos pratos preferidos do meu pai. Eu comia, mas sempre com pão e muito queijo ralado por cima. O cheiro da sopa portuguesa era muito bom e tinha uma cara boa- apesar que quem vê cara não vê coração-. Antes de começar a comer , vó perguntou na lata para sua neta e eu quase engasguei com a água. “Paula, onde estãos os cacetes? O senhor gosta de cacetinhos, senhor André?”.
Se tinha um lugar para se esconder eu me apontaria em primeiro plano. Eu não sabia o que responder para aquela senhora. Literalmente travei e senti minha pele ficar vermelha. Acho que foi o calor que a pergunta me provocou. Por sorte, Paula se adiantou, levantou -se da mesa e pegou em cima da geladeira uma bandeja coberta com um guardanapo.
“O senhor pode se servir”, disse Paula. Ainda chocado, me passou as coisas mais absurdas na cabeça até mesmo que Thiago havia me levado para uma casa de orgias- pobres Paula e vó- . Aproveito para pedir desculpas formalmente por ter desconfiado da seriedade daquelas mulheres, mas também quando eu podia imaginar que os cacetinhos eram inocentes pãezinhos de padaria???
Não conseguindo disfarçar minha surpresa soltei que não imaginava que cacete era pão. E que bom que não existia internet para se buscar o significado de cacete no Brasil porque a impressão se inverteria e elas pensariam que estavam diante de um tarado. Inventei uma desculpa qualquer e comi aquela sopa como um condenado no corredor da morte come sua última refeição. Eu degustava cada colherada como um presente dos céus. Era muita fome acumulada. Acabei depois delas, mas meu desejo mesmo era ter acabado logo e repetido, tamanha a fome que eu estava, mas me contive. Disse que estava satisfeito, mas precisava de um banho e dormir.
Depois de um banho relativamente rápido porque a energia funcionava com uma bomba a gás que precisava aquecer, fui para o quarto. Perdi a noção de quantas horas seguidas eu dormi. Tenho sono leve e acordo facilmente, mas não vi nem a hora que o Angelo chegou do trabalho. Também ele já se mostrou ali um ótimo companheiro de quarto. Nem me conhecia, chegou cansado do trabalho e nem acendeu a luz do quarto para não me acordar.
Fui conhecê-lo só no outro dia quando acordei por volta das 11h com raios do sol refletindo na minha janela. Ele estava de folga naquela quarta-feira, mas estava descansado na cama acordado. Quando me viu levantar saltou e veio me dar um abraço. “Cara, se não fosse pelo seu ronco eu achava que você tinha morrido.”, disse às gargalhadas. Eu não sabia onde botar a cara. Nem conhecia ele e já tinha roncado no quarto, mas o tranquilizei dizendo que isso só acontecia quando estava muito cansado. Foi empatia ao mesmo instante. Angelo me deixou tão à vontade que parecia que eu o conhecia há anos. Em questão de 30 minutos resumi minha vida pra ele, principalmente o lance do cabelo e meu encontro com Déa.
Ele me convidou para dar uma volta pelo bairro para me mostrar o mercado, padaria e também me levaria para trocar o dinheiro e comprar um passe de trem/metrô que me permitiria deslocar até Sintra. Angelo me contou que na noite passada no bar que trabalhava (Periquita) havia escutado que tinha um restaurante precisando de garçom e que ele era amigo do principal garçom de lá e poderia me indicar. Fiquei feliz porque seria a oportunidade de economizar e depois viajar pelo país- essa era minha intenção inicial-.
Por outro lado, algo me perturbava: eu nunca havia carregado uma bandeja na minha vida e sempre fui muito despistado. Eu já imaginava como seria essa minha experiência, ou seja, a furada que eu estaria me metendo, mas já que tava na chuva era preciso me molhar.
De minha casa até a estação final em Sintra era pouco tempo e precisava usar apenas um passe. Angelo falou com seu amigo garçom. Era um angolano chamado Beto- que também veio a se tornar um grande amigo-. Ficou marcado que ele me levaria naquela tarde mesmo porque era o seu único dia de folga e assim não haveria risco de eu me perder. Sintra não é tão grande, mas a princípio, para andar nas suas ruas com tantos comércios e subidas e descidas íngremes confunde um pouco.
Tomamos um café da manhã na rua, e em seguida, fomos de trem para Sintra. Agradeci a Deus por ter colocado um amigo tão legal no meu caminho, pois Thiago foi uma grande decepção e eu só vi uma única vez mais no curto período que fiquei ali. Angelo e Beto foram os grandes amigos que fiz ali naquele ano.
Ao chegar na estação de Sintra e ir caminhando pelas ruas até chegar à praça central e à região dos comércios – basicamente bares, restaurantes e lojas turísticas- Angelo foi me contando curiosidades da cidade e porque Sintra era considerada uma das cidades mais históricas e visitadas de Portugal. Foi paixão imediata pela cidade, história, arquitetura. Tudo era bonito ali e me chamava atenção.

Caminhamos por todo centro e, às 15h em ponto estava diante do “Tacho Real”, o meu primeiro trabalho no exterior. Ele ficava bem no alto e lá de cima era possível ter uma dimensão da beleza de Sintra.
O restaurante fechava depois do almoço e voltava a abrir às 16 horas. Haviam marcado comigo uma hora antes porque assim teriam tempo de conversar antes da abertura. Minha insegurança estava a mil.
Como a vida dava voltas!! Há poucos meses sequer eu havia imaginado estar tão longe de Americana. Eu só queria encontrar um trabalho como jornalista. Agora eu estava a um oceano longe de minha casa e na porta de um restaurante prestes a entrar para uma jornada de muitas descobertas que viria em seguida. O coração parecia que sairia da boca, mas não tinha escapatória. Era preciso dar o primeiro passo e eu dei!

VEM AÍ:
No próximo episódio de Diário de um imigrante, contarei como foi minha chegada ao restaurante, os primeiros micos na cozinha, as dificuldades com o idioma, e como uma ligação surpresa mudou todo o rumo dessa história.
*** Os nomes dos personagens usados neste Diário foram trocados para preservar a identidade dos mesmos.

