Diário de um imigrante- Cap 24

Quando você está “turistando” em uma cidade muito famosa é óbvio e totalmente natural que queira conhecer os principais pontos turísticos, não é mesmo? Porque senão a viagem parece não ter sentido. Você imaginou, por exemplo, estar em Paris e não passar nem perto da Torre Eiffel ou então visitar Londres e não ver o famoso Big Ben? No caso de Nova Iorque, seria impossível estar ali e não conhecer o seu símbolo máximo: a icônica Estátua da Liberdade, tão retratada nos cinemas e na TV, e considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo, em 2007.
Em 2014, finalmente, eu tive oportunidade de conhecê-la. Será que a emoção foi a mesma de quando vi a torre Eiffel em 2009? Posso garantir que sim! Não tenho dúvida de quando os turistas estrangeiros vão ao Brasil e passam pelo Rio de Janeiro sentem a mesma emoção ao visitar o Cristo Redentor. E cá entre nós, realmente é maravilhoso. Sou brasileiro e fiquei emocionado quando estive ali. É um dos lugares que vale a pena ser visitado no Brasil. A cidade do Rio de Janeiro apesar de tantos problemas sociais e da violência urbana continua sendo maravilhosa, num trocadilho com seu apelido.


Mas voltando à Nova Iorque, eu estava empolgado naquela congelante manhã de fevereiro de 2014. Apesar de encapotado com jaqueta, luvas e boné- o frio era algo paralisante e se somava às fortes rajadas de vento, o que dava a sensação térmica de mais frio ainda, porém, nada me tirava o sorriso do rosto naquela manhã. É indescritível a emoção que você sente ao ver pessoalmente algo que você se acostumou a ver somente pela TV, pelos livros ou filmes. Quando você está presente consegue ter a dimensão completa do que aquilo significa e estando aos pés da estátua eu consigo entender agora a admiração dos americanos do seu maior símbolo.
Inaugurada em 28 de outubro de 1886, a estátua da Liberdade foi um presente da França para os Estados Unidos e o nome oficial é a “Liberdade Iluminando o Mundo”. São 92, 9 metros de altura, sendo 46 metros de escultura e 46, 9 metros de sustentação. Em termos de comparação, o Cristo Redentor tem 30 metros de altura e 8 do pedestal, e a Torre Eiffel, 330 metros de altura. A estátua pesa 255 toneladas. Pode-se subir até sua coroa, que possui 25 janelas. Para esse acesso, é preciso subir 354 degraus, ou seja, 22 andares. A escultura foi considerada Patrimônio Mundial pela Unesco no ano de 1984, simbolizando democracia, esperança e liberdade para o povo americano. O fogo da tocha também representa a liberdade.
Localizada em uma pequena ilha na entrada do porto de Nova York, a Liberty Island (ilha da Liberdade), a estátua foi um presente dos franceses em comemoração ao centenário de sua Independência, ou seja, em 1876. Uma batalha vencida pelos norte-americanos contra os Ingleses foi o motivo que levou os franceses a presentearem os Estados Unidos.
Ela foi construída na França, pelo escultor Frederic-Auguste Bartholdi, em uma estrutura projetada por Eugene Emmanuel Viollet-le-Duc e Alexandre-Gustave Eiffel (o mesmo que projetou a Torre Eiffel). A inspiração para o rosto da mulher a ser representada na estátua teria vindo da mãe do escultor Frederic-Auguste Bartholdi. Símbolos da maçonaria (como a tocha e o livro na mão esquerda) foram incorporados no projeto de Frederic, o que sugere que o mesmo fosse maçom.
A estátua foi concluída em julho de 1884. Após ser desmontada em 350 peças, e embalada em 214 caixas, foi colocada a bordo da fragata francesa Isere, que a transportou até os Estados Unidos. Chegou a Nova York um ano depois, em 1885. Em abril de 1886, a construção do pedestal, projeto do americano Richard Morris Hunt, foi concluída. A estátua levou quatro meses para ser montada, já em seu pedestal e foi inaugurada pelo então presidente norte-americano Grover Cleveland, no dia 28 de outubro de 1886.
As medidas são impressionantes. Segundo o Guinness, o livro dos recordes, trata-se da escultura mais pesada do mundo, com 225 toneladas. Sem o pedestal, a estátua mede 46, 5 metros, sendo que com ele, alcança os 92,99 metros. Para chegar até o topo, são 354 degraus, o equivalente a 22 andares.
O fogo da tocha erguida pela mulher representa a liberdade do povo, assim como a própria estátua. Em sua coroa existem 25 janelas (que simbolizam as jóias encontradas naquelas terras) e sete raios (que representam os sete continentes e os sete mares do mundo). Em sua mão esquerda segura uma tábua, na qual está escrita: 4 de Julho de 1776, em algarismos romanos.
Fontes
Site: The Statue of Liberty-Ellis Island Foundation. Disponível em: http://www.statueofliberty.org/




VISITA GRATUITA
Agora, se você está com o orçamento mais curto e se contentaria em vê-la de dentro de um ferry gratuito, essa é uma boa opção. Trata-se de um passeio de balsa (Staten Island Ferry) , utilizado pelos moradores de Staten Island para acessar Manhattan e vice-versa. A balsa tem capacidade para 3 mil passageiros, e a dica é aproveitar a ida, fazer fotos e vídeos durante o percurso e retornar na mesma barca para não ter que esperar muito tempo.
Eu utilizei as duas opções: a paga e a gratuita. Em 2014, fiz o passeio pago e quis ver a estátua “in loco”, mas em 2022, me contentei em vê-la do ferry, e a emoção também foi mágica. A estátua é daqueles monumentos que enchem os seus olhos de lágrimas. Se você está ali embaixo aos pés dela não tem como não se emocionar, mas se está de balsa e a vê distante também se emociona. Bom, eu sou suspeito prá falar porque como bom canceriano me emociono com tudo.
Pouco a pouco, minhas aventuras pelo mundo iam preenchendo meu coração de alegria. Em cada uma das cidades ou países que passei ou viví, e que tive a oportunidade de conhecer a história local e os monumentos mais simbólicos, eu saí diferente. Por isso, dizem que viajar é viver.
Se você quer fazer um tour virtual ou saber mais detalhes da visita à estátua, o site “Dicas de Nova Iorque” https://dicasnovayork.com.br/estatua-da-liberdade/ tras um roteiro completo dos dois tipos de passeio: o pago e o gratuito. E de quebra, navegando pelo site você fica conhecendo outras curiosidades imperdíveis da cidade sob o olhar e a ótica de dois jornalistas brasileiros.
O SURGIMENTO DA MINHA 1 SÉRIE INTERNACIONAL
Para quem está acompanhando o Diário desde o 1 capítulo não é segredo para ninguém que desde muito pequeno eu tive o despertar da escrita e não somente um, mas os dois pés cravados no reino da fantasia. Revisitando o meu passado, não consigo lembrar ao certo quando deixei de acreditar que o pó de pirlimpimpim da Emília do Sítio do Picapau Amarelo só funcionava mesmo na ficção. Mas tem um flash de um momento que não sai da minha cabeça. De tanto insistir com meu pai- praticamente o obriguei- a fazer uma caixa de madeira igual a que Pedrinho, Narizinho e Emília usavam no sítio, e que tinha o famoso pó mágico que era capaz de transportá-lo para outros lugares. No meu caso, como não tinha esse pó, acabei improvisando um saquinho com restos de giz de lousa em diferentes cores. Aquela mistura colorida era o meu pirlimpimpim.

Na época, eu tinha entre 9 e 10 anos, e vivia numa chácara no interior de São Paulo, em Americana. No fundo, eu achava que as pessoas da minha família pensariam que eu estava doido se fechasse os olhos e pedisse para o pó me levar para outros mundos, por isso, ia sempre para o quintal em um lugar onde não pudessem me ver. Ali, eu fechava os olhos, abria a caixa, jogava um monte de pó sobre meu cabelo (ainda tinha muito) e falava a palavra mágica com os olhos fechados.
Ficava até 10 minutos parado ali com os olhos fechados porque tinha receio de abri-los e ver que não havia saído do lugar. E depois desse tempo quando abria os olhos vinha a frustração: eu estava no mesmo lugar de antes e com a roupa toda suja de giz. Seguramente, ia levar uma bronca de minha mãe porque ia sujar toda a casa de pó, mas no dia seguinte eu voltava no mesmo ponto e iniciava minha saga. Era incrível como eu não desistia. E mais adiante vim a conhecer aquele que me fez sonhar acordado e que se transformou no meu personagem preferido: “Peter Pan”, o garoto que não queria crescer e que vivia num mundo de fantasias.
Como vocês podem ver essa minha veia sonhadora tem vertentes muito enraizadas no meu passado. Desde a infância eu já tinha a minha mente fervilhando de sonhos e de fantasias. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde teria alguma ligação com esse mundo das artes. E o destino acabou contribuindo para isso. Me tornei ator, jornalista, roteirista e escritor. Minha intuição não estava errada. Lutei para trabalhar e vencer nestas áreas porque minha família tinha outros planos para mim. Minha mãe, por exemplo, queria que eu fosse engenheiro agrônomo e cuidasse da fazenda da família, e o restante da família queria que eu fosse advogado ou engenheiro. Graças a Deus eu não os ouvi.
Bati o pé e fui para uma área que não tinha nenhuma ligação com a que eles queriam. Por mais que os amasse eu nunca faria uma faculdade que não tinha nada a ver comigo.Na infância/adolescência, eu odiava as férias de julho e de dezembro quando íamos para a fazenda e ficávamos ali quase um mês. Na casa não havia televisão e para mim era horrível ficar sem assistir minhas novelas ou desenhos. Naquela época eu já era telemaníaco.
Ao me formar em jornalismo eu estava dando voz a essa minha inquietude e curiosidade. Eu via nos repórteres da TV a oportunidade de desbravar todos os mundos que eu quisesse. E daí sim a minha veia cigana seria literalmente colocada em prática. Anos depois quando me deparei com núcleos ciganos nas novelas “Pedra sobre Pedra” e “Explode Coração”, ambas na TV Globo, e entendi um pouco mais sobre a cultura deles, principalmente sobre esse aspecto deles viajarem e não se prender aos lugares, é que comecei a crer que tinha uma alma cigana dentro de mim. Nos EUA, eu estava vivendo no meu terceiro país, mas não me dava por satisfeito. Eu queria mais. Por mim, eu viveria um ano em cada país e quanto mais diferente da minha cultura, mas isso me fascinava.
E foi justamente nos EUA que tive uma ideia que me fez ocupar o tempo nos dias intensos de frio e de neve. Pensei: estou aqui vivendo minha terceira experiência internacional, mas além de mim existem milhares e milhares de brasileiros com histórias diferentes da minha em algum canto deste país. Então, por quê não ir atrás destes depoimentos? E foi assim que nasceu a série SONHO AMERICANO (depois dela, vieram ainda a sonho italiano e sonho espanhol quando me mudei para a Itália e Espanha).
Comecei a buscar personagens para este projeto e no final eu tinha perfis maravilhosos de brasileiros que lutaram para estar ali e que viviam cada um a sua maneira o sonho americano. De empresário à dançarina de samba. De palhaça à roteirista, cozinheira…. No total, escrevi 12 reportagens, mas se quisesse teria escrito muito mais tamanha a adesão que tive ao projeto de pessoas interessadas em compartilhar suas histórias. Analisando de fora, vejo que cada um deles sentia essa necessidade de mostrar às suas famílias e amigos que haviam vencido no exterior, sem contar que era uma espécie de vitória pessoal, ou seja, suas histórias de vida ficariam para sempre perpetuadas em uma reportagem e no futuro poderiam resgatá-la e exibir para seus filhos, netos, bisnetos ou amigos.
Só que na época eu ainda não tinha um blog para publicá-la, mas não pensei duas vezes em falar com a minha ex-editora do jornal que eu trabalhava, Angela, que se tornou uma amiga muito querida. Perguntei se ela não tinha interesse no material. Para minha alegria, a resposta foi positiva e comecei a publicar as reportagens aos domingos na edição especial do jornal. Eu estava vibrando por isso porque já sentia falta do meu trabalho como repórter. Não tem jeito. Quando você tem alma de repórter a notícia é como um vício. Você não consegue ficar distante dela. No meu caso, eu não sabia um dia ficar sem escrever.
Com o projeto aceito no Brasil era hora de fechar meus entrevistados. Alguns eu consegui entrevistar pessoalmente, mas outros como viviam fora de Nova Iorque tive que fazer as entrevistas por telefone. Particularmente, nunca fui um repórter de ficar trancado na redação. Eu gosto da rua. Ela me atrai. Eu tenho a necessidade de estar no ambiente do meu entrevistado porque assim consigo captar todos os detalhes com mais exatidão, e estar em outro país e ter essa chance era algo que eu não podia perder.
Além disso, fui fazendo amizade com todos aqueles brasileiros e muitos continuam meus amigos até hoje. No final da série ainda tive uma grande surpresa, a melhor que poderia ter. Uma das minhas entrevistadas, a dançarina Vania Samba, fez uma grande festa de despedida na sua casa (uma mansão americana) para comemorar o final da série e meu retorno ao Brasil. (falarei sobre essa festa em outro capítulo porque ela foi especial e merece destaque).


ESTUDAR NO EXTERIOR
Se você tem acompanhado a série Diário de um imigrante até aqui sabe que a minha decisão de ir para os EUA em 2014 foi motivada por um novo intercâmbio (já havia feito na Irlanda em 2008). Mas, na verdade, hoje vejo que a principal razão não foi aprender inglês somente, mas sim a motivação de viver de novo o friozinho na barriga de recomeçar em outro país. Isso realmente mexia comigo e me deixava excitado. Essa sensação de adrenalina que me despertava o fato de viver novas histórias em locais desconhecidos era o que mais me atraia e continua atraindo. Atualmente estou na Espanha, mas gostaria de desbravar por um tempo outros países.

E assim como eu, muitas pessoas têm esse sonho de imigrar e viver uma experiência internacional. Imagina, então, se você tiver a oportunidade de viajar com uma bolsa de estudos? Pesquisando sobre o assunto, encontrei uma bolsa de estudo para servidores públicos brasileiros e profissionais do terceiro setor nos EUA, mas as inscrições terminam dia 1 de setembro. Ela é patrocinada pela Comissão para Intercâmbio Educacional entre os Estados Unidos e o Brasil (Fulbright), em parceria com o governo federal. O terceiro setor é formado por organizações privadas sem fins lucrativos que geram bens e serviços públicos e privados.
Os candidatos devem ter cinco anos de experiência profissional, vínculo empregatício com organização do setor público (Executivo, Legislativo e Judiciário) ou do terceiro setor e domínio da língua inglesa.
Os bolsistas desenvolverão atividades acadêmicas e práticas relacionadas a suas áreas de trabalho por um período de onze meses em faculdades norte-americanas. Para concorrer, devem ter obtido, no mínimo, 195 pontos no Test of English as a Foreign Language (Toefl) e atuar nas áreas de administração, políticas públicas, meio ambiente, saúde, direitos humanos, economia, jornalismo, educação e segurança nacional.
O programa oferece seguro-saúde, passagens de ida e volta aos Estados Unidos, bolsa mensal para manutenção entre US$ 1,2 mil e US$ 1,7 mil — o valor varia conforme a cidade escolhida —, anuidade e pagamento das taxas escolares.
Não serão consideradas as candidaturas de pessoas com dupla nacionalidade (brasileira e norte-americana); com curso de graduação inferior a quatro anos; que tenham estudado em universidade norte-americana nos últimos sete anos ou ficado até seis meses nos Estados Unidos nos últimos cinco anos.
As inscrições devem ser feitas no endereço eletrônico fulbright@fulbright.org.br até 1º de setembro. Nas mensagens enviadas à Comissão Fullbright, os candidatos devem assinalar, no campo assunto, a candidatura Humphrey 2006-07. O recebimento será confirmado até cinco dias após o envio. FONTE: MEC.
MAIS DE 300 BOLSAS NOS EUA

Já o site Hotcourses Brasil disponibiliza na sua página, 384 bolsas de estudo disponíveis nos EUA. Várias delas cobrem integralmente todos os custos de educação, acomodação e despesas pessoais, enquanto outras fornecem ajuda de custos nas taxas de educação e materiais ou oferecem contribuição financeira relacionada a esses custos. https://www.hotcourses.com.br/study/international-scholarships.html

